…And Justice for All – Metallica (Resenha)

Em 1988, o Metallica nos apresentou o álbum “…And Justice for All”, a banda vinha com a missão de manter um padrão de qualidade muito elevado devido aos três excelentes álbuns lançados anteriormente. Missão ainda mais desafiadora por se tratar do primeiro álbum sem a contribuição do lendário baixista Cliff Burton, que veio a falecer em um acidente na Dinamarca durante uma turnê em 1986.
Em toda a discografia do Metallica, pode-se considerar que o “…And Justice for All” é único, a identidade deste é singular. O Thrash Metal é caracterizado por um som rápido, riffs e vocais agressivos, essa forma foi usada pela banda no Kill ‘Em All, Ride the Lightning e Master of Puppets, mas no quarto álbum, James Hetfield e Lars Ulrich pegaram esse conceito e quiseram fazer algo maior e mais complexo. Os riffs são muito trabalhados, a bateria é de uma qualidade técnica absurda, mas infelizmente este álbum tem uma presença de baixo quase inexistente, devido a diversos fatores burocráticos e de mixagem. Porém, é inegável que “…And Justice for All” é um disco extraordinário na história do Metal.
O álbum é composto pelas seguintes faixas:
1 – Blackened;
2 – …And Justice for All;
3 – Eye of the Beholder;
4 – One;
5 – The Shortest Straw;
6 – Harvester of Sorrow;
7 – The Frayed Ends of Sanity;
8 – To Live Is to Die;
9 – Dyers Eve.
O álbum marca também o primeiro videoclipe lançado pela banda, “One”, um clássico que contém imagens do filme Johnny Got His Gun.
A abordagem das canções retratam cenários de corrupção, de como a justiça é falha e comprada pelo dinheiro, a justiça que deveria mas não é praticada. Tema que fica nítido na arte da capa, onde vemos a estátua da deusa grega da justiça Themis totalmente amarrada e violada, com a balança da justiça em desequilíbrio. As letras também criticam a guerra e conflitos nucleares. Assuntos que cabem em muitos contextos tanto da época do lançamento quanto hoje.
O “…And Justice for All’ é muito rico de detalhes e elevou o patamar da banda norte-americana para um nível ainda maior, o Metallica quis honrar o Cliff mostrando que conseguiriam manter a alta qualidade sem o falecido baixista. O disco foi sucesso de crítica e de público e é considerado um clássico nos dias de hoje, o disco envelheceu muito bem e continua atual, sendo muito aclamado mesmo 32 anos após seu lançamento.
Texto: Gustavo Germano
Revisão: Tayane Arantes Soares