Jojo Rabbit: Crítica ao nazismo e uma excelente reflexão sobre os dias atuais

Jojo Rabbit tem a capacidade de trazer um humor inteligente, fazendo uso da sátira sobre o governo nazista ao final da Segunda Guerra Mundial. Apesar de se passar em tempos longevos, a crítica de Taika Waititi se torna mais atual do que nunca.
Situada em meio a um conturbado ano de 1945, essa divertida comédia dramática nos apresenta Jojo Betzler (Roman Griffin Davis), uma criança alemã moldada para seguir o modelo nacionalista tão característico do governo hitlerista. Nessa narrativa, muito bem elaborada e comandada pelo diretor Taika Waititi, nos deparamos com a difícil escolha de Jojo entre salvar sua família, mantendo silêncio após descobrir que sua mãe abriga uma adolescente judia, ou seguir cegamente os conceitos nazistas aprendidos durante toda sua infância. Tudo isso contando apenas com a ajuda de seu amigo imaginário, nada mais, nada menos que Adolf Hitler.
Na trama, o “melhor amigo” de Jojo – segundo ele mesmo diz – é apresentado como uma pessoa atenciosa e carinhosa, algo como uma figura paterna, uma mistura da personalidade do pai de Jojo (inicialmente apresentado como um soldado alemão), com o firme e impiedoso ditador. Em contrapartida temos Elsa Korr (Thomasin McKenzie), uma garota judia muito carismática que está escondida no sótão da casa. Após alguns acontecimentos, Jojo começa a se questionar se realmente são corretas as acusações e as mentiras sobre os judeus contadas pela ideologia hitlerista, e se realmente ele estava sendo manipulado durante toda sua vida.

Roman Griffin Davis and Taika Waititi in the film JOJO RABBIT. Photo by Kimberley French. © 2019 Twentieth Century Fox Film Corporation All Rights Reserved Foto: Kimberley French
Temos ainda no filme as excelentes atuações, de Sam Rockwell ( Captain Klenzendorf), um capitão da escola de treinamento do exército alemão e Scarlett Johansson (Rosie Betzler), que brilha ao representar a mãe de Jojo, uma mulher dedicada e que se preocupa a todo momento com o bem estar e segurança de seu filho, mas sem deixar de lado sua luta contra a ditadura alemã.
O filme explora bastante o modo em que a máquina de propaganda nazista na Alemanha afetava sua própria população, separando famílias, os fazendo reféns de sua política baseada no ódio. No início, Jojo é mostrado em meio a um campo de treinamento onde crianças são ensinadas a serem verdadeiros seguidores do nazismo, elas aprendem a odiar judeus, utilizar armas de guerra, seguir Hitler cegamente, queimar livros para diminuir a informação e gerar ódio com base em mentiras (ainda bem que é ficção, não é mesmo?!).
Apesar de não ousar tanto quanto a trama prometia e de algumas mudanças repentinas no tom do filme (onde existe uma cena que tem um grande peso, porém tem a importância amenizada poucos instantes depois), o filme é coeso, divertido e é capaz de trazer grandes reflexões utilizando-se do humor e do sarcasmo. É um olhar diferente para retratar um dos momentos da história mais reproduzidos no cinema.
Jojo Rabbit foi indicado em 5 categorias ao Oscar, entre eles, melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante (Scarlett Johansson). A premiação será no dia 09 de fevereiro, em Los Angeles, Califórnia.
Tudo bastante bom seu conteúdo. Obrigado por disponibilizar tanta informação assim
para toda gente. Adorei.