Perfeito para você não morrer antes da hora

Um filme sobre as loucuras do amor e do câncer
Você já se perguntou o que se passa na cabeça de uma pessoa com câncer? Em como ela lida com a situação, em como ela tenta “ajudar” as pessoas em torno dela a lidarem com sua aparente morte, ou até mesmo em como o parceiro (a) se sente com tudo isso?
Se esse foi um questionamento seu em algum momento, ou essas palavras despertaram o seu interesse, então é o momento de assistir Perfeita para você, filme original da Netflix.
Descobrir um câncer muito jovem é uma situação delicada, principalmente quando você está prestes a se casar com o amor da sua vida, construindo uma família e achando que o tumor na verdade era um bebê. Esse é o começo de uma das novas fases do romance entre Abby e Sam, que cresceram juntos e se apaixonaram desde a infância, descobrindo o amor conforme descobriram a vida.
Mas, não se engane, esse é um clichê bem atípico. Com situações estranhas que fazem com que você se cative pela personagem Abby, na busca de compreender as nuances por trás de suas ações em cada momento da trama. Entretanto, não estamos falando de algo extraordinário e com grandes momentos impactantes, mas sim iniciativas naturais que mostram uma realidade própria do reflexo humano em meio ao ato de lidar com uma doença terminal como um câncer. Digo isso, pois, diante da situação, vemos uma personagem que se atrela ao fato de que irá morrer em algum momento, de forma precoce, e, por isso, deve cuidar do amor da sua vida para que ele não fique desorientado sem ela.
A questão é que estamos lidando aqui com dois personagens que se construíram como pessoa juntos desde a infância. Dessa forma, ao se deparar com a doença, Abby se preocupa em tempo integral com seu amado Sam e em como ele deve arrumar alguém que possa cuidar dele da mesma maneira que ela. Entretanto, você vai descobrir que lidar com a morte antes do momento devido pode ser algo tóxico.
Em meio a diversas ações de moral questionável, Abby quase acaba com seu relacionamento amoroso com sua preocupação excessiva em cuidar de Sam. Ao longo da trama você vai entendendo as entrelinhas de seu pensamento e conseguindo refletir mais à fundo as vertentes de uma pessoa com doença terminal. Você, com toda certeza, vai compreender as múltiplas facetas que uma pessoa alcançar ao lidar com essa situação complicada, até o momento derradeiro em que a verdadeira essência do viver é colocada em jogo e a personagem precisa descobrir e se redescobrir até o momento decisivo de sua vida e de sua doença.
De forma conclusiva, é possível afirmar que o filme tem uma trama morna em sentido de que, se você gosta de filmes muito agitados, pode ficar um pouco arrastado. Entretanto, possui um enredo bem linear e de fácil compreensão, que te cativa de uma forma intrigante e com personagens bem fora da caixinha. Vale a pena conferir! Mas, fica o lembrete de que pode não ser do gosto de muitos, até mesmo de quem está acostumado a clichês românticos como eu.
Além disso, a moral que fica é a de que você não deve morrer antes do momento devido. É preciso aproveitar os momentos, as pessoas e a vida. É um filme que deixou um gostinho amargo, ainda mais diante da situação mundial na luta contra o coronavirus. É extremamente necessário absorver o ensinamento da trama e aplicar em nossas vidas!